O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu apoio à isenção do Imposto de Renda (IR) para aqueles que recebem até R$ 5 mil. Ele também mencionou seus esforços para reduzir os preços dos alimentos nos supermercados. Lula orientou a população a evitar a compra de alimentos caros, ressaltando que, dessa forma, "quem está vendendo vai ser pressionado a baixar os preços, ou então os produtos acabarão estragando".
"O que precisamos é que todas as pessoas no Brasil que ganham até R$ 5 mil estejam isentas do Imposto de Renda. É um objetivo simples. A Fazenda e a Receita Federal acreditam que é necessário encontrar uma compensação, mas isso acaba sendo feito em detrimento das pessoas mais pobres. Queremos promover justiça social, assegurando que quem ganha menos pague menos impostos, enquanto quem tem rendimentos maiores contribua mais", afirmou o presidente durante uma entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, na Bahia, nesta quinta-feira (6/2).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou ontem que o projeto que estabelece os critérios para essa mudança já está pronto, aguardando apenas a aprovação do presidente. Na tarde desta quinta-feira, após um compromisso no Rio de Janeiro, Lula retornará a Brasília para uma reunião com Haddad no Planalto. É possível que o tema entre na pauta, considerando que o ano legislativo começou nesta semana.
O presidente enfatizou: "Estou confiante de que o Congresso Nacional aprovará o projeto, pois todos estão preocupados com a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. "
Lula também se pronunciou sobre a elevação dos preços dos alimentos, que tem gerado críticas contundentes por parte da população brasileira. Segundo ele, na próxima semana estão agendadas reuniões com representantes dos setores produtivos e comerciais, assim como com produtores de carne e arroz, com o objetivo de encontrar soluções para frear essa alta. Além disso, está previsto um encontro com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que também é vice-presidente, para discutir o tema ainda nesta tarde.
"Estou preocupado, pois, à medida que o salário mínimo é elevado acima da inflação, a massa salarial dos trabalhadores cresce. Precisamos compensar isso com a redução dos preços dos alimentos", destacou o presidente. "Estou tentando fazer o que acredito que deve ser feito", complementou.
O presidente fez um apelo à população: "Um dos aspectos mais importantes para controlar o preço dos alimentos é a atitude do próprio trabalhador. Se você entrar em um supermercado e desconfiar que o produto está caro, não o compre. Se houver essa consciência de não adquirir o que é caro, quem está vendendo terá que reduzir o preço para não perder a venda, pois, do contrário, o produto pode estragar", afirmou.
Lula também atribuiu o aumento dos preços à gestão anterior do Banco Central, liderada por Roberto Campos Neto. "Tivemos a valorização do dólar porque o banco central agiu de forma totalmente irresponsável, criando uma armadilha que não pode ser desfeita de uma hora para outra", ressaltou.
