O primeiro julgamento de Ezequiel, ocorrido em fevereiro de 2024, foi cancelado em novembro do ano passado. Ele havia sido condenado a 26 anos e oito meses de reclusão em regime fechado por homicídio qualificado, com agravantes como motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio. Ademais, foi imposto a ele o pagamento de R$ 300 mil em indenização à família da vítima.
Para contestar o primeiro julgamento, a defesa argumentou que houve uma possível violação do direito de silêncio seletivo de Ezequiel durante o interrogatório. A estratégia da defesa consistia em que o réu permanecesse em silêncio durante o julgamento, respondendo apenas às perguntas formuladas por seus advogados. Contudo, a juíza responsável pelo caso considerou o interrogatório finalizado antes que a defesa pudesse se manifestar.
Em novembro de 2024, a Justiça acolheu a argumentação da defesa, resultando na anulação da condenação e na convocação de um novo julgamento. Apesar da anulação da sentença, Ezequiel continua preso.
O novo julgamento ocorrerá nesta quinta-feira (6), às 8h, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum de Teresina.
Valdirene Torquato da Silva, de 42 anos, estava a caminho do trabalho quando foi inesperadamente atacada por seu ex-companheiro no bairro Ilhotas, na zona Sul de Teresina. Ela exercia a profissão de doméstica em um condomínio próximo ao local onde perdeu a vida. Infelizmente, Valdirene sofreu 17 facadas durante o ataque.
Ezequiel Rodrigues foi apprehendido pela Polícia Militar poucos minutos após cometer o crime. Embora tenha tentado fugir, ele foi interceptado nas proximidades da estação do metrô no bairro Cabral.
Segundo informações da família, Valdirene e Ezequiel estiveram juntos por quase dez anos, tendo se separado há cinco. Durante esse tempo, Valdirene sofreu ameaças constantes por parte dele. O casal teve um filho, que atualmente tem 10 anos.
O irmão de Valdirene, Valdir Eugênio, esteve presente no primeiro julgamento de Ezequiel.
"Ele desferiu 17 facadas nela. Oito delas foram nas costas. Além disso, ele a agrediu muito. O nariz dela estava quebrado, o maxilar também, e vários dentes foram destruídos. Eu a vi no IML; as facadas foram tão violentas que transfixaram seu corpo", recorda o irmão, emocionado.