Em 2025, o Brasil tem enfrentado o ressurgimento de uma doença que não era registrada no país há mais de uma década: a Dengue Tipo 3. Essa variante do vírus tem sido identificada em várias regiões e está associada à forma grave da doença. As autoridades de saúde têm emitido alertas sobre a situação, e em Teresina, a situação não é diferente.
Na última terça-feira (04), a Fundação Municipal de Saúde afirmou que a Dengue Tipo 3 representa uma séria ameaça à saúde pública. Para evitar um surto na capital, diversas ações preventivas estão sendo intensificadas. Isso inclui a inspeção das residências realizada pelos agentes da FMS e a conscientização da população sobre os riscos relacionados ao acúmulo de água parada.
O presidente da Fundação, Charles da Silveira, destacou a importância dessas ações. “Nossos servidores estão visitando as casas dos teresinenses para identificar possíveis criadouros do mosquito. Precisamos do apoio de todos para prevenir o acúmulo de água. Esta é uma batalha pela vida e pela saúde”, ressaltou.
Existem quatro tipos de vírus da Dengue, e qualquer um deles pode resultar na forma hemorrágica da doença. A médica Amariles Borba explica as diferenças entre os tipos. “Se uma pessoa contrai a dengue tipo 1, ela adquire imunidade contra esse tipo, mas ainda pode ser infectada pelos tipos 2, 3 e 4. Estudos mostram que o risco de formas graves nas infecções subsequentes aumenta. Além disso, o tipo 2 e o tipo 3 estão frequentemente associados a manifestações mais severas”.
Amariles também enfatiza que no Brasil ainda não há vacinas suficientes para todos os grupos. Esse é um fator adicional a se considerar na prevenção da doença. O primeiro passo fundamental é evitar a criação do mosquito transmissor.
A Dengue Tipo 1 é um dos sorotipos mais prevalentes e tende a provocar infecções que variam de leves a moderadas. Aqueles que contraem a infecção de Dengue Tipo 1 geralmente adquirem imunidade vitalícia contra esse sorotipo específico. Por outro lado, a Dengue Tipo 2, que também é bastante comum, pode levar a casos mais severos da doença, especialmente em indivíduos que já enfrentaram infecções por outros sorotipos. Assim como a Tipo 1, a infecção por Dengue Tipo 2 também proporciona imunidade vitalícia a este sorotipo.
A Dengue Tipo 3, que recentemente voltou a circular em algumas áreas do Brasil, é considerada mais grave. Aqueles que nunca tiveram contato com esse sorotipo apresentam uma imunidade escassa ou inexistente, o que aumenta o risco de complicações. Por fim, a Dengue Tipo 4, menos comum, pode causar infecções severas, especialmente em pessoas que já foram infectadas por outros sorotipos.
No Brasil ainda não há vacinas suficientes para todos os públicos. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Os sintomas mais comuns da Dengue costumam incluir febre alta, dores musculares, dores de cabeça, manchas na pele e desconforto ao redor dos olhos. Vale ressaltar que a infecção por um dos sorotipos da doença não proporciona imunidade contra os demais. Isso significa que uma pessoa pode contrair diferentes sorotipos de Dengue ao longo de sua vida.