Este prato estava contaminado com terbufós, uma substância tóxica, resultando na morte de cinco membros da mesma família. Contudo, ainda não há confirmação de que Maria de Fátima tenha sido a responsável por adicionar o veneno.
As investigações continuam para elucidar os detalhes do crime e identificar o responsável. Na manhã desta sexta-feira (31), Maria de Fátima e outros familiares foram conduzidos à Delegacia Regional de Parnaíba para prestar esclarecimentos. Ao mesmo tempo, Maria dos Aflitos, matriarca da família, foi presa em cumprimento a um mandado de prisão.
Maria dos Aflitos é casada com Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, que era padrasto e "vodrasto" da maioria das vítimas e já se encontra detido. A operação policial ocorreu no bairro São Vicente de Paula, um local distinto daquele onde se deu o envenenamento, onde as autoridades realizaram buscas.
Em comunicado, a Polícia Civil do Piauí ressaltou que todas as informações sobre o caso da família envenenada em Parnaíba somente serão divulgadas após a conclusão do inquérito. "O sigilo das investigações é fundamental para garantir a precisão e a efetividade do trabalho policial", foi a declaração oficial.
Segundo a Polícia Civil, Francisco de Assis Pereira da Costa foi preso no dia 8 de janeiro, suspeito de ter envenenado o arroz que resultou na morte de cinco pessoas da família. Em seu depoimento, ele alegou ter consumido apenas os peixes, que não estavam contaminados, assim como sua esposa, Maria dos Aflitos, que também não foi envenenada.
A perícia confirmou a presença do terbufós, uma substância amplamente utilizada em pesticidas, no arroz com feijão que as vítimas ingeriram. A investigação revelou que o veneno foi adicionado ao prato pouco antes da refeição.
Maria dos Aflitos é mãe de Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e de Manoel Leandro da Silva, de 18 anos. Francisca Maria faleceu após seis dias internada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), enquanto Manoel Leandro faleceu horas depois de consumir o alimento envenenado.
Os filhos de Francisca Maria – Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, Maria Lauane Fontenele, de 3 anos, e Maria Gabriele Fontenele, de 4 anos – também não sobreviveram. As crianças eram irmãs de Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, que perderam a vida em agosto do ano passado após ingerirem o mesmo pesticida.
O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, revelou que o caso de envenenamento coletivo no estado pode envolver mais de um suspeito. Durante uma entrevista à TV Cidade Verde, ele mencionou que as circunstâncias do crime sugerem uma tentativa de ocultar a verdadeira autoria do ato.
Uma vizinha, que havia sido investigada pelo envenenamento dos irmãos, chegou a ser presa, mas foi liberada neste ano após uma análise técnica confirmar que os cajus que ela doou estavam isentos de veneno.
Diante dessa reviravolta, a Secretaria de Segurança Pública decidiu se pronunciar sobre a investigação apenas após sua conclusão.
Chico Lucas também destacou que o depoimento de Francisco de Assis, relacionado ao envenenamento dos irmãos, levou a polícia a cometer um erro, resultando na prisão indevida da vizinha.